Eu me recuso. Faço hora. Vou na valsa. Vou no tempo da música, ou, contrario os acordes, faço como sinto que deva de ser. Nem sempre posso.
O tempo. Nela a urgência: a diferença do relógio na parede para com o relógio aqui de dentro.
Quando os ponteiros aceleram, quando a alma se recusa a seguir o senti horário, quer o contrário, quer mais tempo e de tempo, pouco tempo tem. Apenas corre, corro dele e ele corre: têm dias que correm mais lento, dias que correm mais rápidos.
Difícil é alinhar os ponteiros daqui de dento com os ali de fora.
Mas hoje, eu me recuso. Faço hora. Vou na valsa. Mas, nem sempre eu posso.
por J.G.
Eu já deixei de contar as minhas tentativas de dar sentido a um papel em branco. Escrever sobre o tempo contando os ponteiros do relógio paralisa as batidas do meu coração e, talvez, por isso eu não consigo rabiscar uma prosa ou qualquer poesia. Mas se eu pudesse ver o tempo agora, eu lhe diria obrigada. Se eu pudesse o tocar, eu o abraçaria porque o tempo nos permite voltar para nós mesmos. Os dias têm sido corridos, mas me apazígua estar em mim de novo depois de estacionar em um castelo de desilusões. Sempre escrevi melhor com o céu cinza do que com o arco-íris, meus melhores desenhos derivaram da dor, foram escritos pelas minhas lágrimas. "O poeta é um fingidor", mas meu Eu agora é inegável. É tanta vida que não cabe em um papel. O tempo sempre nos diz "espera". Esperei. Agora, sou bailarina.
por S.S.
por D.Q.
INDICAÇÕES PARA FILMES:
Amour (2012) - http://www.youtube.com/watch?v=F7D-Y3T0XFA
Uma Dama em Paris (2012) - http://www.youtube.com/watch?v=oyBUkIZRduM
Boven Is Het Stil (2013) - http://www.youtube.com/watch?v=2BLc2VtW7Cs